quinta-feira, 24 de junho de 2010

A bola e a bala

De quatro em quatro anos somos brasileiros. Bandeirinhas, faixas, pôsteres, ruas pintadas e lojas tematizadas por toda parte - a comoção é geral. Dia de jogo da seleção vira feriado nacional. São todos unidos e concentrados, acompanhando a saga dos batalhadores em campo. O futebol nada mais é do que uma válvula de escape para a necessidade de guerrear.

São onze homens: alguns no ataque, outros no contra-ataque, outros no meio do campo (de batalha), outros na defesa. São tiros (de meta)e artilheiros.

A bola e a bala.

Violência velada.

Não gosto de futebol, mas reconheço que seja uma forma saudável de externar a avidez pela competição. Nutrir raiva por outros países e reafirmar o seu patriotismo através da bola (e não da bala) é, de fato, razoavelmente saudável e economicamente interessante. Certamente, a indústria do futebol não é tão rentável quanto a indústria bélica, mas desempenha um papel considerável na política e cultura de países como Brasil e Argentina.

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