segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ausência

A ansiedade nutria os dias. Envolvia uma espera que explodia em pensamentos, sensações e vida iminente. O estômago reclamava, mas o sangue pulsava, ritmando as ações cotidianas e despretensiosas.
Era o impulso nervoso dos dentes rangidos e unhas roídas que impelia ao movimento anti-inércia.
A busca nutria as horas. Momentos perdidos na vaguidão do alheamento auto-induzido. A cabeça questionava, mas o corpo, alerta, se punha a fazer—qualquer coisa.
Era o fluxo criativo incessante, dos calos nos dedos e das cordas vocais rompidas, que berravam paixões ocultas nas entranhas.
Era energia. Era sopro. Era essência.