Queria ser mestre. Mestre em qualquer coisa – pela simples necessidade de acumular papéis de toda sorte.
Passamos a vida acumulando papéis: certidão de nascimento; cédula de identidade; título eleitoral; certificado; diploma.
Tudo em vista do papel mor – a cédula de dinheiro.
Seria mais um para a longa lista de títulos inúteis, que poucas notas me trouxeram (salvo aquelas referentes às diversas provas às quais me submeti).
A bem da verdade, não havia sequer um bom motivo para isso, mas desde cedo ouvimos aquelas frases-chavão: “Você precisa...”; “Você tem que...se quiser”; “Se você não...você não...”
Sim, é no intuito de atender a comandos alheios que acabamos buscando o tal papel e acabamos desenvolvendo um papel que não é exatamente o nosso.
Porém, por vezes, o inconsciente boicota nossas aventuras extravolitivas, e imprime a marca do desejo contrariado nas moções.
Os últimos resultados refletem esse processo.
Digo adeus aos papéis que me rejeitaram numa reação à minha rejeição primeira. Com eles vão-se embora os planos condicionados à tal situação.
Abro as portas para a surpresa utópica do presente diário.
domingo, 8 de novembro de 2009
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