quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Uns

Com quantos nós se faz um nós?

domingo, 8 de novembro de 2009

Papel

Queria ser mestre. Mestre em qualquer coisa – pela simples necessidade de acumular papéis de toda sorte.

Passamos a vida acumulando papéis: certidão de nascimento; cédula de identidade; título eleitoral; certificado; diploma.

Tudo em vista do papel mor – a cédula de dinheiro.

Seria mais um para a longa lista de títulos inúteis, que poucas notas me trouxeram (salvo aquelas referentes às diversas provas às quais me submeti).

A bem da verdade, não havia sequer um bom motivo para isso, mas desde cedo ouvimos aquelas frases-chavão: “Você precisa...”; “Você tem que...se quiser”; “Se você não...você não...”

Sim, é no intuito de atender a comandos alheios que acabamos buscando o tal papel e acabamos desenvolvendo um papel que não é exatamente o nosso.

Porém, por vezes, o inconsciente boicota nossas aventuras extravolitivas, e imprime a marca do desejo contrariado nas moções.

Os últimos resultados refletem esse processo.

Digo adeus aos papéis que me rejeitaram numa reação à minha rejeição primeira. Com eles vão-se embora os planos condicionados à tal situação.

Abro as portas para a surpresa utópica do presente diário.

sábado, 24 de outubro de 2009

Photoshop na Berlinda

O Ministério da Saúde adverte: Photoshopar imagens causa danos mentais.

(Imagem de uma menina anoréxica,em foco, com olheiras profundas e cabelos emaranhados. A mãe em segundo plano, com cara de choro.)

"Europa quer proibir photoshop

"(...) Segundo as propostas desses legisladores, anúncios contendo fotos alteradas de modelos seriam obrigados a trazer mensagens revelando o emprego de efeitos digitais.

'Quando adolescentes e mulheres olham para tais fotos nas revistas, elas acabam se sentindo infelizes consigo mesmas', disse Jo Swinson, parlamentar britânica do Partido Liberal Democrata.

(...)

O partido quer banir completamente as fotos alteradas em anúncios destinados a crianças com menos de 16 anos.

Sex, 02 Out - 00h16"

(http://br.tecnologia.yahoo.com/article/02102009/25/tecnologia-noticias-europa-quer-proibir-photoshop.html)


(Dove Campaign for Real Beauty)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Citando

"(...)com efeito, assim como a empresa substitui a fábrica, a formação permanente tende a substituir a escola, e o controle contínuo substitui o exame. Este é o meio mais garantido de entregar a escola à empresa.
(...) nas sociedades de controle nunca se termina nada, (...)"

(Gilles Deleuze, "Conversações")

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Na falta do Nirvana...

Um misto de Nirvana + Jimmy Hendrix + Led Zeppelin (ou Sabbath) + letras em italiano. Falei isso pro Alberto. Ele não concordou, mas também não discordou.



Atenção para o "tchacky, tchacky" (1:05)

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Juramento

Pontos luminosos no céu do hoje.
Pânico.
O vulcão, aparentemente inativo, entrou em erupção.

domingo, 26 de julho de 2009

Julho

Carnaval julino sem caipira. Confete festivo, porém, discreto. Cegueira consciente. Morte na entrega. Doença pós-somática.
Samba de quadrilha. Frio sem manta. Calor com manta ― de gordura esquálida. China em ação: o céu explode e o ataque é massivo.
Bom-bar-de-a-da. Doses homeopáticas e cavalares de palavras pingadas no café, roubando a densidade do negro. Branco mais preto dá cinza,mas leite com café dá pardo. E cinza mais verde dá o quê?

domingo, 14 de junho de 2009

Calo

"Mas onde estavam as palavras, onde estavam aquelas pequenas luxúrias que trouxera comigo? E onde estavam aqueles devaneios e onde estava o meu desejo e o que acontecera com a minha coragem e por que eu ficava sentado rindo tão alto de coisas que não eram engraçadas?
(...)
O quarto estava eloqüente com a sua partida."
(John Fante, Pergunte Ao Pó.)

Desde que ela finalmente partiu, o silêncio ficou eloqüente. As imagens são muitas e o fluxo de informação é contínuo. Sobrou uma enxurrada de sentimentos indizíveis — a catatonia que sucede o estado de choque.

Desde que ela finalmente partiu, levou consigo o último elo que teimava em resistir. Era precisamente a dor que nos conectava. O peso da presença à distância se resumia ao tamanho dos danos trocados.

Era o calo que lembrava. Era o calo que dizia. Era o calo que doía. Era o calo que mantinha.

Sem mais dor, sem mais urros. Sem mais calo. Me calo.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Hamletiando

Protelar com distrações avulsas não é o melhor jeito de resolver.
Vão-se as desculpas e os contra-tempos fabricados. Laços fictícios
se rompem tão logo seu criador resolve cancelar a encenação.

E eis que resta apenas aquela pobre alma errante, desnuda, em frente ao espelho, desafiada pela decisão pré-decidida e óbvia, porém esfíngica.

Então, joga uma pedra que espatifa o refletor, se veste e faz uma ligação. Busca eco na opinião alheia e acaba por convencer o público a apoiá-lo na fuga da própria fuga. Preso em sua teia de conflitos, trai a bravura que já lhe provou prolífica.

E no fim é só medo.
O mesmo medo que condena em todos que o experimentam.
O mesmo medo contra o qual declarara guerra. O tal medo que o feriu antes e segue a ferir, desfechando golpes cada vez mais profundos.

Na verdade, só há uma opção. Todas os outros possíveis nada mais são do que cálices envenenados.

Beware my dear, beware.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O fio branco

Já tenho um fio branco
De preocupação
De dúvida
De alerta pros anos vindouros.

Um fio condutor
Ainda tímido
Ainda curto
O começo do fim.

Despontando
No emaranhado
Da cabeça
Que abriga reflexões.

Duto da única certeza
A descoloração
A privação da vida
Presságio do nada.

domingo, 3 de maio de 2009

Googling identities

Nessa de googlar qualquer informação, da diversidade de carreiras e possíveis funções, da facilidade de se deslocar, da era multilicious-be-none-and-everyone, seria interessante desenvolverem uma nova ferramenta de busca. Dentro de tantas identidades que desenvolvemos, fora e dentro da Internet, fica difícil saber qual realmente é a sua. Você é o fulaninho myspace, fulaninho hi5, fulaninho orkut, fulaninho facebook, fulaninho youtube, fulaninho twitter, fulaninho blogspot, fulaninho igreja, fulaninho escola, fulaninho faculdade, ou o fulaninho casa? Com quantos fulaninhos se faz um fulano?
O google ainda não trouxe a resposta. Estou esperando.
Por enquanto, fica a máxima do Wikipedia: “Identidade é o conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante seus semelhantes.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Meds

Tinha ouvido a nova do Placebo, "Battle For The Sun" há um tempo atrás e não tinha gostado. Só que ontem resolvi ouvir de novo e adorei. Rolou uma nostalgia placebística. Vi o novo vídeo. Brian voltou a ser drag queen. Uh.

Passei a tarde fazendo essa versão meiga de "Meds" e lembrei como a música pode ser a melhor companheira da vida.

A letra deve estar errada, mas...

Foi tudo gravado com violão--até o que parece guitarra! Viva o Amplitube!

Did you forget to take your meds?


MEDS-ed.mp3 - Lenina Z-

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Um dia de cada vez

O melhor plano de vida é viver um dia de cada vez.

Entendi que viajar é tão especial porque todos estão ali com o objetivo de ter um bom momento e esquecer coisas desagradáveis. A concentração de energia positiva é imensa. Todo mundo quer ficar bem e não tem como ser diferente.

Viva Aldeia Velha!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Lost

Sim...me rendi ao seriado “Lost”. Quis entender o que motivava tantas pessoas a assistirem este programa.

Ainda estou na primeira temporada e vi até o décimo episódio. Não vou dizer que é a melhor coisa que já vi nos últimos tempos, mas de alguma forma me tocou.

Me parece que Lost é uma paródia da vida. Estamos todos nesta grande ilha flutuando no espaço, nessa bola de massa gigante a qual chamamos Terra. Não sabemos onde estamos—estamos cercados de mistério. Temos diferentes raças, culturas, línguas, mas estamos no mesmo barco que naufragou há bilhões de anos atrás com o Big Bang. Todos caímos aqui, passamos pelos mesmos problemas e temos as mesmas necessidades sob diferentes roupagens. Todos precisamos liderar e ser liderados em algum momento. E todos estamos perdidos. Não sabemos de nada, mas o objetivo final sempre se limita à sobrevivência.

A patricinha, o criminoso, o gordo desajeitado, a grávida, a criança, o negro, o oriental, o drogado, o médico, o egoísta, o rostinho bonito, o velho, o medroso, o conformado,o corajoso, o artista, o terrorista, o otimista, o paraplégico, o sábio,o depressivo, o cachorro (que foi convidado à existência social doméstica humana), o salvador, o traidor—todos precisam de água, comida, sono, esperança, ocupação.

Alguns estão esperando ser resgatados, estão esperando pela salvação. Jesus, Buda, sei lá...
Outros, estão conscientes da ilusão que a espera envolve, mas ainda assim insistem.

A gente sabe onde está? O que vai acontecer amanhã?

Esta é a história da existência humana... We’re..... LOST!

domingo, 29 de março de 2009

Please

"Haven't had a dream in a long time
See, the life I've had
Can make a good man bad" (The Smiths)

No jogo da tentativa e acerto, há mais erros e portas na cara do que o contrário. Após nãos sucessivos, optei pela flexibilização. Tolerância all the way. Ainda assim, acertos não são meus amigos. Estranho...

Então, como muitos losers de plantão, faço das palavras de Morrissey as minhas.

quarta-feira, 25 de março de 2009

À querida Pasárgada



Vim de Pasárgada em busca de coisas. Que coisas? Antiquários. Vim ter com os fantasmas que pareciam inofensivos à distância. A grande maioria dos que tenho visto nesta turnê, que parece sem fim, é de gasparzinhos de longa data – da época da adolescência. Alguns problemas que pareciam resolvidos, voltaram com toda força. Cortaram a peruca de Sansão.
Cuspi no chão de Pasárgada, cidade esta que me foi tão generosa. Bati o pé com orgulho e optei pelo caos. Mas o Ivan Lins não é meu amigo. Esse blabla de “aqui é o meu país” só confundiu tudo. Nunca deveria ter confiado nele. A voz dele é chata, anyway.
Desde que larguei Pasárgada não tive paz. Nada tem graça, nada tem jeito... nenhum esforço é recompensado. Ninguém pode dizer que não tentei. Porém, Pasárgada me chama. Adeus.

“Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade”
(Manuel Bandeira)



Diz aí, Zé Ramalho... (http://letras.terra.com.br/ze-ramalho/400344/)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Desnecessário

Algo o despertou no meio da noite. Uma palpitação estranha, uma necessidade de vomitar sentimentos ocultos. Não sabia ao certo como fazê-lo. Levantou, tomou um copo d’água. Talvez fosse o caso de acender um daqueles incensos que sua ex-namorada havia lhe dado. É, quem sabe? Teóricos do Feng–Shui dizem que
a fragrância etérea elimina maus espíritos. Não, mas ainda não era isso! Talvez destinar a um indivíduo aleatório algumas palavras vagas fosse uma boa forma de distrair os fantasmas em suas entranhas. Bingo! Nesses momentos é bom descer ao nível de quem consideramos inferior, afinal isto traz uma dose de benevolência hipócrita a qualquer um que queira negociar dívidas com o diabo. Incenso. Luz. Palavras. Pronto. Num despejo relâmpago insensato, comunicou sua complacência, digna dos “bons”. Terminou seu dever com a sensação de que de fato era superior, pois conseguira transitar nos pântanos da mesma forma elegante com a qual transitava pelas várzeas. Uma resposta qualquer estragaria aquela impressão—a pessoa não deveria se pronunciar. Isso não aconteceu. Ele ainda tentou manter a máscara da benevolência sobre a face por um tempo, mas não durou muito. Seu serviço social tinha prazo de validade e extensão limitada. Aquele usado como vasilha de vômitos alheios, seguiu seu caminho cabisbaixo e novamente descrente da possibilidade de haver pessoas decentes neste mundo. Quanto àquele que estava inquieto em uma dessas noites quentes de verão, pode-se dizer somente o seguinte: desnecessário.

quarta-feira, 18 de março de 2009

1 ano de diálogos

Um ano de blogterapia. Um ano de cisões, decisões, autoconhecimento duvidoso, reconhecimento turvo. Dois métodos oficiais extra-uterinos: um locutório e uma caixa de Depakote ignorada. Teorias místicas de toda sorte sem sorte. Um ano de arte vagabunda e preguiçosa revestida de uma certa dose de humor, buscando disfarçar a pobreza de suas linhas sinuosas e vacilantes. Injeções de versos autênticos—excertos proféticos. Diálogos subterrâneos, escusos—underground com um quê de chorinho mal executado. Abraçando os pólos, ouvindo a própria voz refletida nas paredes de uma casa abandonada ao desalento-desatinado-destinado-ao-fado-insensato-de-uma-existência-injustificada.
Continua sem propósito imediato, mas segue seu rumo. Um genuíno registro a posteriori, que redunda as bordas das veias coronárias e expele signos para muitos poucos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Beco com Saída

Dias velozes
Consumo imediato
Hiato

Meses em branco
Engulo a seco
Beco

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Emily

Uma de minhas últimas composições, na linha pop melodramático..

"Emily"

Heads up high
Emily sighs
She goes to the fountain
To wash away all her pain
And kiss goodbye her blame

Showers of bitter words
Promises true like fake fur
Messed up in sugar dreams

It's not like it seems
The usual thing
The usual breeze

And she bleeds, blister-life
And she blends sour times
With sweet memories

Everything out of place
Ballerina and no stage
Back when there was some hope
The world would seem so much fun

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Na contramão

Um toco de passa
Um pouco de graça
Um louco desgraça
E passa a traça

Atrasa o fim
E traça o meio
Trespassa o vão
E laça o cheio

Um pouco do toco
Um toco do louco
Um soco, sufoco

Acelera a pena
Da vida pequena

Acena o trevo
Trava o medo

Encena em cena
O louco que rema

Na contramão

domingo, 25 de janeiro de 2009

Never Enough

Esta banda, que decora o universo da Luluzinha e do Charlie, tem pequenas pérolas expressivas...


"However much I push it down
It's never enough
However much I push it around
It's never enough
However much I make it out
It's never enough
Never enough
However much I do

However big I ever feel
It's never enough
Whatever I do to make it real
It's never enough
In any way I try to speak
However much I try to speak

However much I'm falling down
It's never enough
However much I'm falling out
It's never enough
Whatever smile I smile the most
However I smile
I smile the most

So let me hold it up
Just one more go
Holding it up for just once more
One more time to fill it up
One more time to kill
But whatever I do
It's never enough
It's never enough"

(The Cure)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ela e Ele

Então ela jogou aquele joguinho que lhe é muito aprazível—o da sedução. Seduziu como pôde para mantê-lo em standby, um truque na manga. Qualquer profissional do jogo que se preze, sabe fazê-lo. Não dizia que sim, nem que não. Ela falava com paixão sobre sua sinceridade, porém era das meias-verdades que se servia. Não queria dizer explicitamente, mas tinha diversas pendências amorosas. A mais imediata de todas era seu último relacionamento nordestino, de braços longos e robustos. Deu algumas dicas aqui e ali, mas não foi direto ao ponto. Ela não sabia ao certo o que queria do rapaz. Queria tê-lo por perto—poderia lhe ser útil em alguma circunstância. Carta coringa. Porque jogador esparrama grãos de milho para as galinhas, mas depois rouba os ovos.
Ele, por sua vez, teimava em frisar a (pouca) diferença de idade que tinham, na tentativa de mascarar a sua imaturidade e, sobretudo, vulnerabilidade diante de toda aquela situação. Reduzido ao estado mental de uma besta, levado pelo desejo irracional e nervoso, temperado pelo álcool, perdeu logo na primeira partida. Ela deu xeque-mate. Deselegante e desastroso como um palhaço, ele pintou de vermelho a cara do público, na tentativa de disfarçar seu próprio ridículo diante do circo que lhe haviam montado. Bambou nas cordas até rompê-las, em desafino desconcertante.
E ela dançou ao som do cordel—dançou o nordeste nostálgico. E ele dançou uma inocência bestial e primitiva, desnudando a paixão sincera e intuitiva de quem se predispõe a renovar suas perspectivas. Porém, tudo que conseguiu foi se passar por raso. Perdeu na primeira partida. Teve de pedir a toalha e, cambaleando, deu um abraço no oponente. Saiu sorrindo um sorriso tímido, achatado, peculiar ao fracasso.

domingo, 18 de janeiro de 2009

O Sol é um Estômago Revirado com Pus

Pouco tenho a dizer. Digo o que já disse, disse o que ainda direi. Após a enxurrada, as palavras secam ao sol. Lá estão: estiradas. Assopro com toda a força que posso imprimir—apenas uma se move. Tento mais algumas vezes (sem muito sucesso). Só posso esperar pelo vento e pela chuva...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Agora

Quer saber? Já não faz diferença. Quer saber? Também não me importo.Quer saber? Já foi tarde! Quer saber? Não penso mais em você...Quer saber? Mudei. Quer saber? As coisas morrem. Quer saber? A vida é curta. Quer saber? O passado pertence ao passado. Quer saber? Sequer lembro o que almocei ontem. Quer saber? Agora gosto de outras músicas. Quer saber? Agora gosto de outros filmes e poesias. Quer saber? Agora mudei de religião. Quer saber? Agora moro em outro lugar. Quer saber? Tenho novos amigos. Quer saber? Você não faz parte de nada disso! Quer saber? Estes risos estão livres das suas piadas. Quer saber agora? Você quer realmente saber? Agora és fruto da memória e do devir; tempos pertinentes ao ruminar. Quando me calo, quando paro, quando durmo, quando penso—-lá está você, que pertence às horas vagas, ao devaneio, ao pânico, ao surto, à filosofia, às comparações, ao medo,ao desassossego. Mas agora...agora em que concluo esta pequena divagação neurótica—-e somente agora—-é que me despeço de você. Agora.